Tereré: A Bebida Mais Consumida no Pantanal
Dener Dias
Existem várias teorias sobre o surgimento do tereré.
Alguns dizem que ele já era um costume indígena antes mesmo da colonização espanhola e portuguesa no território que hoje compreende Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina. Outra vertente diz que surgiu durante a Guerra do Chaco (1932-1935), quando soldados, acostumados com o chimarrão, tomavam a infusão da erva-mate (Ilex paraguariensis) em água fria para não precisar acender fogo, o que chamaria atenção de tropas inimigas.
Em terras pantaneiras o tereré é a bebida mais consumida. As rodas de tereré são eventos sociais repetidos algumas vezes ao dia onde as pessoas se reúnem para conversar e compartilhar o preparado.
No filme Pecuária Pantaneira é possível observar essa popularidade em vários momentos. Por exemplo, na conversa onde o Sr. Elcio nos conta as antigas lembranças da fazenda Rodeio. Ou ainda no bate papo como Manoel de Barros a bordo do seu barco e tomando a bebida.
Em um dos momentos mais marcantes do filme, quando Luciano de Barros se emociona lembrando-se do apoio do pai e dos primórdios da sua criação de cavalos pantaneiros.
Nos bastidores da produção do filme também tomamos muitos tererés. Entre uma entrevista e outra, durante as longas viagens, sempre havia um pronto, ou, como dizem os pantaneiros, “no jeito”.
Nas comitivas de transporte de animais o consumo da bebida se torna mais individualizado. Isso se da por conta da posição que cada peão precisa manter ao redor do gado, conforme mostrado no filme. Mesmo assim o fotografo Renato Zaar, que nos acompanhou na jornada, captou o momento em que dois peões em posições próximas compartilham a bebida antes de voltarem rapidamente aos seus postos.
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